o http://portugalcontemporaneo.blogspot.pt/, é um blog que me tem como visitante diário, desde há alguns anos. por lá, desde o início das minhas visitas, deparei-me sempre com comentários, assertivos e desassombrados, do "Ricciardi" que infelizmente não tenho o prazer de conhecer pessoalmente.
o texto que a seguir publicarei, é da sua autoria.
Ora bem, eu não tenho nada contra a moeda em si mesmo, mas sim o que ela propiciou. Se é certo que os politicos se descontrolaram nos gastos através do endividameno; se é certo que os privados fizeram o mesmo na aquisição de bens de consumo através de financiamento, a eles se deve a opção de o terem feito. Não discuto isso. Quer o estado, quer os privados entraram num mundo virtual de gastos.
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Agora, isso só foi possivel porque o mercado distorceu-se com o Euro. Quer dizer, as taxas de juro implicitas, bem como a ausencia de risco país após a adesão ao euro motivou as gentes, politicos e privados, a endividarem-se de forma que num mercado normal e racional o não teriam feito.
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Esse mercado irracional gerado foi introduzido e é pela moeda Euro. Com o Escudo seria impossivel contrair mais divida do que aquela que lhe cabia pelos mercados. Por um motivo simples, a txa de juro seria mais alta derivado ao risco país. E com txas mais altas o despesismo assente em finaciamento não seria possivel ou se fosse rápidamente seria corrigido. Com o euro andamos demasiados anos sem que o mercado nos limitassem o acesso ao endividamento. As txas de juro eram iguais na alemanha ou em portugal. A euribor. Aliás demasiado iguais, de forma que alturas houve em que as taxas para Portugal eram altas e deviam ser mais baixas e vice-versa.
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Esta bancarrota nada tem que ver com a nossa anterior nos anos 70 e 80 e que motivaram a entrada do FMI. Vinhamos de uma revolução e demasiados erros foram efectuados que se reflectiram nas contas. Na verdade expulsamos aqueles que empreendiam e davam empregos.
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Esta bancarrota actual tem a ver com duas coisas fundamentais:
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1º A adesão ao euro que nos levou ao endividamento
2º A adesão ao comercio internacional de alguns emergentes.
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Ambas são responsaveis pelo endividamento do País. Por motivos distintos, ainda assim, a 1ª tem a ver com a indução do endividamento por via da facilidade crediticia irreal. E a 2ª tem a ver com o facto de se ter deslocado o focus da economia na produção para os serviços. Ora se ainda fossem serviços assentes na valorização de Marcas, no Trading, no Conhecimento, Investigação, nas fusões, nos emparcelamentos etc a coisa iria bem, mas a realidade é que se trataram de serviços de merda.
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O pessoal deslocaou-se para as Imobiliarias, para os Bancos, para as Telecomunicações, para os Hipermercados, gasolineiras, consultores para fundos comunitarios, para a venda de tractores e automoveis... e grande parte dos serviços eram simplesmente gentes que nada faziam excepto sacar dinheiro para destruir os barcos de pesca, as vinhas, os pomares, receber para produzir vacas e receebr para as abater, receber para o leite, e receber para obedecer às quotas comunitárias etc, e ainda aqueles-outros que ao mesmo tempo foram beneficiando de subsidios vários que fomentaram a inacção.
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Tudo isto devém da POLITICA e da facilidade crediticia que o EURO proporcionou, mas também da falta de controlo para perceber que se deixamos de produzir cá dentro, temos de importar do exterior.
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Tudo isto foi gerando defices sucessivos: orçamentais e externos.
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A solução LIBERAL é reduzir os custos a ver se tornam mais competitivas as empresas. Dentro dos custos aquele que é controlavel são os SALARIOS. E portanto acham bem reduzi-los para obter melhorias na competividade. Nada mais errado. Isso era dantes, no tempo da outra visita do FMI. Hoje isso não faz sentido. Os emergentes tem esses custos muito mais baixos. Ainda assim argumentam que se ganha qualquer coisa.
Ora, para ganhar qualquer coisa não é preciso desvalorizar salários, mas sim desvalorizar a moeda. É mais prático e tem efeitos imediatos. Sobretudo não gera desemprego.
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E porque é que os salarios não devem desvalorizar?
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Porque todos os outros custos de contexto se mantem iguais. Se propusessem um abaixamento geral do nivel de preços eu acharia bem reduzir salarios. De outro modo não faz sentido.
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Se os preços se elevaram em Portugal após a adesão ao euro (embora estranhamente a informação oficial não o diga) e os salarios baixam, o futuro de Portugal só pode ser a Vieteminização da economia. O pessoal passa a receber um salário que não dá para viver porque os preços não baixam.
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Quando se fala que a Alemanha ou até a Irlanda agora, controlaram os Salarios durante uma decada, esquecem-se de que os preços dos bens em geral por aquelas bandas são iguais a Portugal, mas os salarios TRES vezes superiores.
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Não há soluções, pois, milagrosas. A única solução é admitir que se errou muito no passado e aprender com isso. Não é possivel democratizar a austeridade e ao mesmo tempo achar-se que se pode crescer. A austeridade só funcionaria para portugal se os outros paises a não implementem e nos continuem a comprar. De outra forma parece-me que a dinamica exportadora pode esbarrar com a retração no consumo por parte dos paises nossos clientes, como de resto já verificou no mês passado com a Espanha.
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Mas como todos parece irem adoptar medidas austeras a coisa afigura-se-me preocupante.
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Neste sentido só há uma solução. Que o BCE absorva as dividas passadas dos Estados de uma vez e que se implementam regras para novos endividamentos. Jamais permitir aprtir de então endividamentos sem autorização prévia dos paises da Zona Euro.
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Os Liberais Austriacos dizem, curiosamente, através do sr. Huerta que a única solução é imprimir moeda e dá-la aos bancos para que o rácio credito/depositos seja ZERO. Eu digo que tem razão parcial. Acho que o BCE devia de facto imprimir moeda mas para APAGAR as dividas dos aderentes da zona euro, com o limite máximo equivalente por exemplo à divida de Portugal. Cada país receberia 160 mil milhões e pagaria a sua divida.
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Isto significa que o BCE imprimiria cerca de 2.400 mil milhões. Não teria impactos na inflação. O endividamento dos paises da zona Euro é para com o exterior. A inflação, quando muito, seria exportada para os credores. E esse até merecem: a china e os arabes do petroleo, que tem levado sistematicamente o nosso dinheiro. São aliás os únicos supervatitários no mundo, se bem que fazendo, a mior parte das vezes, batota ambiental, de dignidade no trabalho, cambial etc :)
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Ou seja, na prática isto é recomeçar de novo... e partir para a gestão de um país com critérios mais sérios apartir de agora. Não mais permitir gastar mais do que se produz, não mais endividarmo-nos à tripa-forra. E se os novos endividamentos forem aprovados pelos paises da zona Euro então essa divida deverá ser assumida por todos através das tais Eurobonds. Mas é muto diferente eu assumir uma coisa para a qual aceito e concordo do que assumir dividas dos outros sem eu nunca ter tido opinião. No fundo os socialistas tem defendido, erradamente, esta ultima solução.
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Ps. Já me doem os dedos. Não há nada como não ter NADA que fazer, valha-me Deus.
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Rb
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